Obra / Arquitetura

Fundação Oscar NiemeyerMichel MochMichel Moch
PANTEÃO DA LIBERDADE E DA DEMOCRACIA TANCREDO NEVES
Ano: 1985
Local: Brasília
País: Brasil
Descrição:

 

"O Panteão vai homenagear de forma impessoal e simbólica os que neste país lutaram pela liberdade e pela Democracia e, num sentido ainda indefinido a figura de Tancredo Neves.
Situado diante da Praça dos Três Poderes, num local onde estava previsto o Museu Tiradentes que vai substituir, ele deveria se integrar plasticamente nos palácios que a compõem.
Daí a minha preocupação de estudá-lo dentro desse critério, imaginando-o como se da Praça o estivesse olhando ou vendo-o de longe cercado pelos palácios do Congresso, do Planalto e do Supremo.
E logo nos primeiros croquis, ensaiei uma forma compacta e leve, qualquer coisa que se entrelaçasse como uma flor.
E elaborei muitos croquis; tentando as soluções mais variadas. Não queria o Panteão retangular, por ex, acompanhando paralelamente a Praça dos Três Poderes, nem que a contrariasse perpendicularmente.
E a idéia da forma compacta - mais apurada - acabou prevalecendo.
Será uma construção praticamente fechada - toda de concreto aparente - uma escultura que nasce e se expande para os céus de Brasília.
No nível do acesso fica o hall, em cima, o grande salão que o programa estabelece, alto de 15 metros, enriquecido por uma pintura mural de 2x4 e um vitral de, mais ou menos, 22x15. Embaixo, no nível do chão, um auditório para 100 pessoas.
Uma das fachadas laterais está o vitral, na outra um baixo-relevo contido no concreto armado.
Releio o texto, examino cuidadoso as maquetes e sinto que a solução é correta, que o interior do Panteão é bonito, que o Panteão se insere harmoniosamente nos palácios da Praça e que ela se enriquecerá e terá mais vida como se impõe." *1
 
 
"O Panteão Tancredo Neves visa homenagear os que, neste País, lutaram pela liberdade e pela democracia. Situado na Praça dos Três Poderes, ele deveria se integrar plasticamente nos palácios que a compõem. Daí a minha preocupação em estudá-lo como se dessa Praça o estivesse olhando, cercado pelos palácios do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
E logo, nos primeiros croquis, ensaiei uma forma compacta e leve, qualquer coisa que se entrelaçasse como uma flor. E elaborei muitos croquis, tentando as soluções mais variadas. Não queria uma forma retangular que acompanhasse a Praça paralelamente, nem que a contrariasse perpendicularmente. E a idéia da forma compacta acabou prevalecendo.
Será uma construção praticamente fechada, uma escultura que nasce e se expande nos céus de Brasília. No nível da passarela fica o hall; em cima, o grande salão, alto de 10 metros, enriquecido por uma pintura mural contando a tragédia da Inconfidência; um grande vitral de 20 x 15 metros e o livro de aço com os nomes dos homenageados.
Releio o texto, examino cuidadosamente a maquete: a solução me agrada. O Panteão não é tão grande que desmereça a escala da Praça dos Três Poderes, nem tão pequeno que fuja à escala de um Panteão. E o grande salão terá um ambiente escuro, quase cósmico, onde apenas o livro de aço, o mural e o vitral serão destacados com brancos fachos de luz." *2
 
 
 
*1 NIEMEYER, Oscar. [Panteão - DF]. 1985. Fundação Oscar Niemeyer. Coleção Oscar Niemeyer.
 
*2 O PANTEÃO, um monumento para a Nova República. Correio Braziliense, Brasília, 07 set. 1986. Cidade, p.33.